Sessão 8 | Seminários de Investigação MLAG 2022/2023
From: 2023-03-15 To:2023-03-15
Thematic Line
Modern & Contemporary Philosophy
Research Group
Mind, Language & Action
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Sessão 8
Fios intencionais: Representação formal dos movimentos e ações
| Sâmara Costa (Universidade do Porto / IF)
Resumo: Aristóteles escreveu que conhecer as causas formais, isto é, conhecer os movimentos dos seres explicaria muito mais sobre sua natureza do que apenas conhecer as causas materiais. O ser explica-se mais pelo conhecimento de seus movimentos, habilidades, ações para Aristóteles. Merleau-Ponty escreveu que a consciência é muito mais como um “eu posso” do que “eu penso”, ou seja, remete às capacidades, movimentos, habilidades, atividades. Merleau-Ponty e Aristóteles sublinharam a importância da ação habitual para o comportamento e consequentemente a criação de um esquema corporal, o hábito é claramente explorado por ambos. A noção de forma também se explica pela ideia de ações, ou atividades que se repetem, forma como acto conecta-se com a ideia de funções, atividades, hábitos. Aristóteles explica a forma também associada a noção de causa final, teleológica. O hilemorfismo claramente é um tipo de composição entre matéria que é potência e forma que é ato, e ato que possui uma causa final. Ambos estavam cientes que a explicação material apenas, não era suficiente para explicar o comportamento dos seres. Deste modo, proporemos que ambos compreendiam a intencionalidade incorporada, e aqui não se trata de intencionalidade como “atos mentais”. Aristóteles talvez seja mais optimista em relação à interferência do pensamento a guiar a intencionalidade, pois a deliberação pode ser também um desejo refletido, mas mesmo numa ação intencional calculada é necessário que haja desejo. Aristóteles e Merleau-Ponty destacaram o papel da imaginação tanto para o pensamento quanto para a percepção, o que é primordial para entender o argumento da não separação ente corpo e alma, mente e corpo. Ademais a teoria do desejo aristotélica para explicar o movimento dos animais também pode ser considerada uma explicação teleológica e pré-reflexiva. Merleau-Ponty também escreve sobre a intencionalidade motora de modo pré-reflexivo. Compartilharemos a dúvida se a concepção do que consideramos “o bem aparente” como objeto de desejo poderia ser algum tipo de representação não reflexiva. Abordaremos como Merleau-Ponty desenvolve a noção de representação de movimentos quando descreve a percepção. Enfim, neste trabalho exploraremos a investigação de Aristóteles e Merleau-Ponty tendo maior foco a partir das obras De Anima e Fenomenologia da Percepção.
Seminários de Investigação MLAG 2022/2023: https://ifilosofia.up.pt/activities/seminarios-de-investigacao-mlag-2022-2023
Organização:
André Silva
Avelino Costa
Daniel Pires Nunes
João Faria e Silva
José Xarez
Marcondes Rocha Carvalho
Maria Maia
Rafael Padilha
Raul Vasques
Ricardo Serrado
Sâmara Costa
(Estudantes de mestrado e doutoramento de Filosofia da FLUP)
Mind, Language and Action Group (MLAG)
Instituto de Filosofia da Universidade do Porto – FIL/00502
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)