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Página actualizada a 18-05-2012
Página impressa a 22-12-2024

Lógica

A lógica é um dos domínios onde é mais sensível a contribuição inovadora do período final da Idade Média. Limitada pelo acesso a um pequeno número de obras lógicas da antiguidade grega, a lógica até ao séc. XII desenvolve-se em trono de um pequeno número de obras, principalmente as Categorias, o Sobre a interpretação (Peri hermeneias / De interpretatione), os Tópicos. No século XII estas obras passaram a ser conhecidas como logica vetus, porque desde essa altura se torna conhecida a outra parte do organon aristotelico, a qual passa a ser designada como logica nova e onde se incluem as Refutações sofísticas, os Primeiros analíticos, os Segundos analíticos. Estes dois grupos de obras compõem o que no século XIII passou a designar-se como logica antiquorum (lógica dos antigos), assim contraposta com o mais genuíno desenvolvimento lógico medieval, a lógica da propriedades dos termos, conhecida também como logica modernorum (lógica dos modernos).

A lógica tem uma extraordinária importância no desenvolvimento do pensamento científico e filosófico medieval, sobretudo a partir do século XII, no âmbito das escolas e das universidades, sendo objeto de estudo intenso nos cursos prepatórios das Faculdades de Artes. A dialética/lógica torna-se a base metodológica de todas as disciplinas e a sua pregnância como método argumentativo e demonstrativo contribuirá para uma certa rigidez e tecnicidade da discussão filosófica, científica e teológica, que serão motivo de crítica pelos autores do Renascimento.

 

Estudos Introdutórios - Histórias da lógica

Aho, Tuomo - Mikko Yrjönsuuri, «Late Medieval Logic», em Leila Haaparanta (ed.), The Development of Modern Logic, Oxford University Press, Oxford 2009, pp. 11-77.

Blanché, Robert, La logique et son histoire : d'Aristote à Russel, Armand Colin, Paris 1970 [há trad. portuguesa, Ed. 70, Lisboa].

Bochénski, Iuri M., Historia de la lógica formal, trad., Editorial Gredos, Madrid 1966.

Boehner, Philotheus, Medieval Logic. An Outline of its Development from 1250-c. 1400, Manchester University Press, Manchester 1952 (repr. 1966).

Boh, Ivan, Epistemic Logic in the Later Middle Ages, Routledge, London 1993.

Broadie, Alexander, Introduction to Medieval Logic, Clarendon Press, Oxford 1993 (2nd ed.).

Kneale, William - Martha Kneale, O desenvolvimento da lógica, trad. Manuel Lourenço, Fundação Calouste Gulbenkian. Serviço de Educação, Lisboa 1991 (3ª ed.).

Spade, Paul Vincent, Thoughts, Words and Things: An Introduction to Late Mediaeval Logic and Semantic Theory, Version 1.2., 1996, outros materiais de lógica medieval na página de PVS.

 

Antecedentes da lógica medieval

Ebbesen, Sten, «Ancient Scholastic Logic as the Source of Medieval Scholastic Logic», in Kretzmann, Norman — Kenny, A. — Pinborg, J. (eds.) — Stump, E. (ass. ed.), The Cambridge History of Later Medieval Philosophy from the rediscovery of Aristotle to the Disintegration of Scholasticism, 1100-1600, Cambridge University Press, Cambridge 1982, pp. 101-127.

 

Após a Idade Média

Ashworth, E. J., Language and Logic in the Post-Medieval Period (Synthese Historical Library, 13), Reidel, Dordrecht 1974.

Nuchelmans, Gabriel, Late Scholastic and Humanist Theories of the Proposition, North Holland, Amsterdam 1980.

 

Antologias

Kretzmann, Norman, and Eleonore Stump (eds.), Cambridge Translations of Medieval Philosophical Texts, vol. 1: Logic and the Philosophy of Language, Cambridge University Press, Cambridge 1988.

 

Principais autores

Boécio

Pedro Abelardo

Gilberto de Poitiers

Lamberto de Auxerre

Roberto de Sherwwod/Shireswood

Pedro Hispano

Guilherme de Ockham

João Buridano

Alberto de Saxónia

Guilherme Burleigh/Burley

Marsílio de Inghen

Paulo de Veneza

 

Uma parte importante dos textos de lógica medieval (sumas, tratados, comentários) são anónimos.


Temas

Consequências

Spruyt, Joke: «Thirteenth-Century Positions on the Rule "ex impossibile sequitur quidlibet"», Jacobi, Klaus (Hrg.) Argumentationstheorie. Scholastische Forschungen zu den logischen und semantischen Regeln korrekten Folgerns (Studien und Texte zur Geistesgeschichte des Mittelalters, 38), E.J. Brill, Leiden - New York, 1993, pp. 161-193

 

Gramática especulativa

Ashworth, E. J., The Tradition of Medieval Logic and Speculative Grammar from Anselm to the End of the Seventeenth Century: A Bibliography from 1836 Onwards (Subsidia Mediaevalia 9) Pontifical Institute of Mediaeval Studies, Toronto 1978.

Pironet, Fabienne, The Tradition of Medieval Logic and Speculative Grammar: A Bibliography (1977–1994), Brepols, Turnhout 1997.

Rosier-Catach, Irène, La grammaire spéculative des modistes, Presses Universitaires de Lille, Lille 1983.

 

Lógica e linguagem

Ebbesen, Steen (ed.), Sprachtheorien in Spätantike und Mittelalter (Geschichte der Sprachtheorie, Teil 3) Narr, Tu?bingen 1995.

Libera, Alain de — Rosier, Irène, «La pensée linguistique médiévale», in Auroux, Sylvain (ed.), Histoire des idées linguistiques, t. 2, Mardaga ed., Paris 1992, pp. 115-186; no final do volume ver I. Rosier, «La terminologie linguistique latine médiévale», pp. 590-597.

Maierù, Alfonso, «The Philosophy of Language» (trad. E. Sansone), in Lepschy, Giulio, History of Linguistics, vol. II: Classical and Medieval Linguistics, Longman, London-New York 1994.

de Rijk, Lambertus Marie, Through Language to Reality. Studies in Medieval Semantics and Metaphysics, Variorum Reprints, Northampton 1982.

Spade, Paul Vincent, Lies, Language and Logic in the Late Middle Ages, Variorum Reprints, London 1988.

 

Modalidades

Knuuttila, Simo, Modalities in Medieval Philosophy, Routledge, London 1993.

Lagerlund, Henrik, Modal Syllogistics in the Middle Ages (Studien und Texte zur Geistesgeschichte des Mittelalters, 70) Brill, Leiden 2000.

 

Propriedades dos termos

de Rijk, L.M.: «The Origins of the Theory of the Property of Terms», in Kretzmann, N. et al. (eds.), The Cambridge History of Later Medieval Philosophy, op. cit., pp. 161-173.

de Rijk, L.M., Logica modernorum. A Contribution to the History of Early Terminist Logic. Vol. I: On the Twelfth Century Theories of Fallacy; vol. II, 1-2: The Origin and Early Development of the Theory of Supposition, Van Gorcum, Assen, 1962-1967.

De Rijk, L.M., «The Developement of Suppositio naturalis in Medieval Logic», Vivarium 9 (1971) 71-107, 11 (1973) 43-79.

Libera, A. de, «The Oxford and Paris Traditions in Logic», in The Cambridge History of Later Medieval Philosophy, ed. cit., pp. 174-187.

 

Sincategoremas

Kretzmann, N., «Syncategoremata, Exponibilia, Sophismata», in Kretzmann, Norman — Kenny, A. — Pinborg, J. (eds.) — Stump, E. (ass. ed.), The Cambridge History of Later Medieval Philosophy from the rediscovery of Aristotle to the Disintegration of Scholasticism, 1100-1600, Cambridge University Press, Cambridge 1982, pp. 211-245

 

Sofismas

Ebbesen, Sten - Frédéric Goubier, A Catalogue of 13th-Century Sophisma, 2 vol., (Sic et non) J. Vrin, Paris 2010.

Libera, Alain de, «La problématique de “l’instant du changement” au XIIIe siècle: contribution à l’histoire des sophismata physicalia», in Caroti, Stefano (ed.), Studies in Medieval Natural Philosophy (Biblioteca di Nuncius. Studi e testi, 1), Leo Olschki, Firenze 1989, pp. 43-93.

Read, Stephen (ed.), Sophisms in Medieval Logic and Grammar (Nijhoff International Philosophy Series, 48), Kluwer, Dordrecht 1993.

 

Semântica e sentido

Braakhuis, Henk A. G. - C. H. Kneepkens - L. M. de Rijk (eds.), English Logic and Semantics from the End of the Twelfth Century to the Time of Ockham and Burleigh, Acts of the Fourth European Symposium of Medieval Logic and Semantics, Ingenium Publishers, Leiden 1981.

Kretzmann, Norman (ed.), Meaning and Inference in Medieval Philosophy. Studies in Memory of Jan Pinborg, Kluwer, Dordrecht 1988.

Pinborg, Jan, Logik und Semantik im Mittelalter, Frommann-Holzboog, Stuttgart 1972.

 

Tópicos

Green-Pedersen, Niels J., The Tradition of the Topics in the Middle Ages, Philosophia Verlag, Mu?nchen 1984.

 

Universais

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