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Página actualizada a 13-08-2021
Página impressa a 20-11-2024

Sebastião do Couto

Obras Publicadas


Imago Mundi, 5






Sebastião do Couto, Os sinais. De signis, fixação do texto latino, introd. e notas Amândio Coxito, Afrontamento, Porto 2013. 268 p. (Imago mundi: filosofia em texto e tradução; 5). Ed. bilingue em português e latim. ISBN 978-972-36-1348-3. [ficha técnica]






Sebastião do Couto foi o jesuíta que redigiu os comentários à Lógica do Curso Conimbricense (Commentarii Collegii Conimbricensis,e Societate Iesu, in Vniuersam Dialecticam Aristotelis Stagiritae).Nasceu em Olivença em 1567 e faleceu em Montes Claros em 1639. Ingressou na Companhia de Jesus em Évora, tendo aí estudado Humanidades, Retórica, Filosofia e Teologia. Foi também na Universidade de Évora que exerceu na maior parte do tempo o seu magistério, embora tivesse lido um curso completo de Filosofia no Colégio das Artes de Coimbra, depois do que redigiu, nesta cidade, os seus comentários, publicados em 1606. Destes comentários só apareceu na sua versão integral o texto das Categorias e o De interpretatione. Relativamente às outras obras do Curso já impressas (redigidas por Manuel de Góis e Baltasar Álvares), a obra de Sebastião do Couto supera-as quanto ao processo metódico de exposição dos materiais de ensino. E num plano mais amplo, a obra de Couto significa um corte com certos aspetos da tradição escolástica, nomeadamente: pelo estudo aprofundado do Organon nas suas fontes e através dos comentadores do Perípato; pela consequente supressão de temas acrescentados durante a Idade Média à problemática lógica (Parua logicalia, Paruulus modernorum); pelo recurso ao comentário exegético da obra lógica de Aristóteles e pela fuga ao calão escolástico, ainda que moderadamente, com base no pressuposto de que o estilo faz também parte da mensagem. A obra de Couto e as outras que constituem o Curso Conimbricense obtiveram, no seu conjunto, mais de uma centena de edições (112, segundo A. Alberto de Andrade) a maior parte no estrangeiro, pelo que é legítimo afirmar que os professores de Filosofia do Colégio das Artes da segunda metade do século XVI foram muito apreciados na Europa nos centros universitários da Companhia de Jesus e também possivelmente em alguns centros de estudo de diversas confissões da Reforma.


Amândio Coxito é professor catedrático jubilado de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Publicou numerosos estudos sobre os conimbricenses e sobre outros períodos da Filosofia em Portugal no âmbito da metafísica, da lógica, da semântica e da filosofia do conhecimento. Além de volumes de estudos sobre os séculos XVI a XVIII, publicou recentemente o texto latino com tradução de duas obras de Luís António Verney: Metafísica (Coimbra 2008) e Lógica (Coimbra 2010).



índice









Cronologia do Curso Conimbricense

1555 - Os professores da Companhia de Jesus tomam posse do Colégio Real das Artes de Coimbra, passando por isso a chamar-se Colégio de Jesus.

1561 - Jerónimo Nadal dá instruções para que fosse impresso um texto, uma espécie de manual, que libertasse os alunos de escrever tudo o que o professor ditasse na aula. Para organizar este manual é nomeada uma comissão presidida por Pedro da Fonseca e composta por, entre outros, Marcos Jorge, Cipriano Suárez e Pedro Gómez.

1565 - O Colégio de Artes recebe novos estatutos para organizar as matérias a estudar no Curso de Filosofia. Assim, no 1º ano todos os alunos deveriam estudar Dialética; no 2º ano a Física; no 3º ano a Metafísica e os Pequenos tratados naturais (Parva naturalia); no 4º ano o De anima e no segundo semestre revisões e preparação para o exame.

1592 - É publicado o primeiro volume do curso com o Comentário aos oito livros da Física de Aristóteles / Commentarii Collegii Conimbricensis Societatis Jesu in octo libros Physicorum Aristotelis Stagyritae (Coimbra: A. Mariz).

1593 - Publicados quatro volumes do curso: Comentário aos quatro livros sobre o céu de Aristóteles / Commentarii Collegii Conimbricensis Societatis Iesu in quattuor libros De Coelo Aristotelis Stagiritae (Lisboa: S. Lopes); Comentário aos Meteoros de Aristóteles / Commentarii Collegii Conimbricensis S. I. in libros Metereororum Aristotelis Stagiritae (Lisboa: S. Lopes); Comentário aos livros sobre os Pequenos tratados naturais de Aristóteles / Commentarii Collegii Conimbricensis S. I. in libros Aristotelis qui Parva Naturalia appellantur (Lisboa: S. Lopes); Comentário da Ética a Nicómaco de Aristóteles / In libros Ethicorum Aristotelis ad Nicomachum aliquot Conimbricensis Cursus disputationes, in quibus praecipua quaedam Ethicae disciplinae capita continentur (Lisboa: S. Lopes).

1597 - É publicado o volume com o Comentário sobre A geração e a corrupção de Aristóteles / Commentarii Collegii Conimbricensis S. I. in duos libros de generatione et corruptione Aristotelis Stagiritae (Coimbra: A. Mariz).

1598 - Publicação do volume com o Comentário sobre A alma de Aristóteles / Commentarii Collegii Conimbricensis S. I. in tres libros De anima Aristotelis Stagiritae (Coimbra: A. Mariz).

1606 - Publicação do volume com o Comentário sobre Toda a dialéticade Aristóteles / Commentarii Collegii Conimbricensis S. I. in universam Dialecticam Aristotelis (Coimbra: D. G. Loureiro). Não serão publicados mais volumes com novos comentários, mas as edições sucedem-se, sobretudo nas cidades universitárias ou com grande indústria tipográfica, o que testemunha o sucesso editorial do conjunto dos comentários.










A publicação deste volume contou com o apoio do Projeto estratégio do Instituto de Filosofia (Ref.ª PEst-C/FIL/UI0502/2011), financiado por Fundos FEDER através do Programa Operacional Factores de Competitividade - COMPETE (Ref.ª FCOMP-01-0124-FEDER- 022671) e por Fundos Nacionais, através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.



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